1) Explique a seguinte afirmação de Mattoso Câmara Júnior: “O gênero (…) não coincide necessariamente com a diretriz semântica do sexo, é perturbador e contraproducente tomar essa diretriz como ponto de partida para a descrição da categoria substantiva do gênero” (pág.149).
Ao proferir esse enunciado, Mattoso atentou para a errônea analogia entre gênero lingüístico e sexo dos seres, observando que o critério semântico do sexo só é “teoricamente aplicável” quando os substantivos referem-se a indivíduos do reino animal, sendo que essa aplicação além de não ser completamente coerente, é aplicável a poucos casos da língua.
Para diferenciar o sexo, a língua oferece processos lexicais como a heteronímia (ex.: bode/cabra), a derivação lexical (ex.: poeta/poetiza) ou a dos termos macho-fêmea na designação de animais ( ex.: girafa macho/ girafa fêmea). Concluindo, podemos dizer que todos os substantivos possuem gênero, mas nem todos são dotados de conotação quanto ao sexo.
Para diferenciar o sexo, a língua oferece processos lexicais como a heteronímia (ex.: bode/cabra), a derivação lexical (ex.: poeta/poetiza) ou a dos termos macho-fêmea na designação de animais ( ex.: girafa macho/ girafa fêmea). Concluindo, podemos dizer que todos os substantivos possuem gênero, mas nem todos são dotados de conotação quanto ao sexo.
2) Para Mattoso Câmara Júnior o que é gênero feminino? Dê exemplos que fundamentem sua resposta.
Para Mattoso, o feminino é um processo de “particularização significativa”, que não necessariamente implica ou se limita aos indivíduos de sexo feminino do reino animal. Além disso, Mattoso vê o feminino como uma forma marcada, pela qual acrescenta-se a desinência /a/, em relação de oposição à forma não marcada, que é o masculino.
Exemplificando, temos os nomes caneta e lápis: o substantivo caneta não implica sexo feminino e pertence ao gênero feminino por ter a desinência –a, enquanto lápis possui o morfema zero.
Assim, o feminino é tido como uma particularização mórfico-semântica do masculino.
3) Mattoso Câmara Júnior assevera que “não é a flexão do substantivo, em princípio, a marca básica do seu gênero”. Explique e exemplifique essa afirmação do lingüista brasileiro.
Para construir seu argumento, Mattoso expõe a questão dos substantivos de gênero único, que por não terem marcas morfológicas, podem ter gêneros diferentes conforme a mudança do contexto. Isso fica claro em:
I. Ele é o artista de rua que nós vimos ontem.
II. Ela é a artista de rua que nós vimos ontem.
Nesses exemplos, a palavra artista possui gênero único e se refere ao masculino na primeira sentença e ao feminino na segunda. Para Mattoso, dependente ou independente do contexto, toda palavra tem um gênero, que pode ser ou não marcado pela flexão, pois o que realmente determina o gênero é a presença (concreta ou potencial) do artigo, que define o gênero do nome que está modificando. Logo, para ele a flexão, quando aparece, é um aspecto redundante na marcação do gênero.
4) No entendimento de Mattoso, quais são os dois aspectos básicos para se levar em conta um tratamento morfológico do gênero?
Os dois aspectos são a indicação do gênero que é primordialmente feita pelo artigo e “casualmente” feita pela flexão em um substantivo e o processo morfológico de flexão, que consiste na adição da desinência –a (com mudanças morfofonêmicas) em oposição à forma masculina, que é não marcada( conforme o conceito de morfema zero de Mattoso Câmara).
5) Para Mattoso, o que é importante na descrição gramatical do gênero?
O que é importante na descrição gramatical do gênero, para Mattoso Câmara, é o princípio da flexão do artigo e o mecanismo flexional pelo qual se expressa a categoria do gênero em português.
Na verdade eu sou graduanda de Letras e seu blog será muito útil. Logo que entrei dei de cara com chatos...Oops, Mattoso!rs brincadeira.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário no blog, sou a mais nova seguidora do seu.
Beijos.